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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sistemas nostálgicos - parte 1

Nessa minha vida de RPGista tive o prazer de encontrar alguns sistemas que não caíram no gosto popular, alguns inclusive pode ter sido o primeiro RPG de muitos, é bem possível que você já tenha jogado alguns desses títulos pelo menos uma vez na vida, ou estão escondidos na sua coleção de livros como uma forma de nostalgia.

Castelo Falkenstein




Esse eu posso afirmar que foi uma das melhores ideias em RPG da década de 90, o cenário é uma nova Europa, um mundo fantástico baseado na literatura de grandes autores da Era Vitoriana com elementos de fantasia medieval, existe uma mistura de tecnologia baseado no vapor com feitiçaria, anões, elfos, fadas, Dragões e personagens da literatura tais como Sherlock Holmes, Conde Drácula, Capitão Nemo, O Homem invisível, convivem dentro do mesmo cenário.
O sistema não usa fichas de personagens e nem dados, os conflitos são resolvidos usando cartas de baralho, tudo é descrito nas páginas de diário de Tom Olam, um criador de jogos da terra que foi transportado magicamente para esse fantástico mundo, um dos problemas que vejo é que não é um bom jogo para iniciantes, cheguei a comprar o livro de um amigo, mas não consegui jogadores dispostos a encarar esse estilo de RPG nada tradicional, hoje em dia é uma raridade ter um livro desses, só achei no estante virtual (R$ 100) e no mercado livre (R$ 150).


Cyberpunk 2020



Jogo baseado num tipo de literatura de ficção cientifica do romance de William Gibson, Neuromancer , surgiu o gênero Cyberpunk, que mostra um futuro violento, dominado por grandes corporações, realidade virtual e implantes biônicos, os personagens assumem papeis, cada um apresenta uma pericia especial. Existem nove papeis a escolha dos jogadores, os Roqueiros (uma espécie de bardo), os Solos (mercenários), Netrunners (Hackers desse mundo), Técnicos (mecânicos e médicos renegados), os Mídias (repórteres que fazem tudo por um grande furo), Policiais (nem preciso explicar), os Corporativos (homens da grana) Atravessadores (muambeiros) e os Nômades (gangs de motos)
O sistema de combate (ironicamente denominado Tiroteio de Sexta a Noite) é extremamente letal e isso obriga os jogadores a usarem mais a tática e estratégia, como emboscadas e fugas, e menos o combate franco.
Um dos grandes problemas do cyberpunk 2020 é fazer as fichas dos personagens, pois existe uma variedade de implantes e armas que os personagens podem comprar, mas claro se tiverem eurodólares para isso. 
Por ser tão mortal são raras as lendas de campanhas desse RPG, em geral é um bom jogo para sessões rápidas e eventuais.

No próximos artigos falarei mais um poucos sobre outros sistemas nostálgicos, Toon, Shadowrun, Tagmar, Paranoia, Ars Magica, Millenia, Desafio dos Bandeirantes , In Nomine e o famoso Call of Chtulhu.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Como o RPG me ajudou

Meu nome é Reginaldo Dias dos Santos, Tenho 34 anos, sou casado e pai de um linda filha de um pouco mais de um ano de idade, sou Engenheiro de Materiais, sou mestre em Engenharia Mêcanica ambos pela UFRN, a primeira vez que me deparei com o RPG eu tinha 12 anos de idade, um sujeito chegou na escola que eu estudava com o famigerado Rolemaster, confesso que quando vi os caras jogando aquilo fiquei um tanto desconfiado, pois era muito estranho para mim ver aquelas pessoas rindo e rolando dados e consultando uma infinidade de tabelas que esse jogo possui, então a minha primeira impressão não foi boa, achei coisa de doidos farridos. 

 rolemaster - primeiro RPG que eu vi

Em 1995  eu era da equipe de xadrez da ETFRN (hoje IFRN) um amigo chamado Jailson me chamou para jogar esse tal RPG, no dia fiquei com vontade de recusar o convite, mas acabei indo ver esse jogo de malucos como eu pensava.No dia marcado na casa desse amigo fui apresentando ao Lobisomem o apocalipse, o sistema de narrativa foi uma agradavél surpresa, naquele momento entendi o real significado daquela sigla RPG, a pessoa que narrou esse jogo foi Dário que hoje em dia é um grande amigo, um verdadeiro irmão, desde aquele dia me tornei RPGista de carteirinha, eu era uma pessoa tímida e um tanto anti social, não gostava de falar em publico, e eu era um tanto metodico.


  
Vieram outros jogos, vampiro a mascara, aqui na cidade teve o famoso Natal by Night, depois foi a vez do AD&D e o D&D 3.0, Mago a cruzada dos feiticeiros, Gurps, nisso foram surgindo as pessoas que formam meu grupo atual: Sironne, Thiago Zeus, Bira e o mais novo deles, Willian que é primo da minha esposa, inclusive o nome do blog surgiu de uma campanha de D&D que joagavamos quase todos os fins de semana, não posso esquecer de Marcus o Eterno paladino que hoje esta morando em Curitiba.
Mas alguem pode estar se perguntando, onde e como o RPG me ajudou? Vou responder, graças ao RPG fiquei extrovertido, não tive mais vergonha de falar em publico, comecei a me interessar por história até em então a pior disciplina para mim, ajudou a controlar minha ansiedade, pois gostova de acompanhar aquelas narrativas sem ficar entediado,ficou muito mais fácil improvisar para resolver problemas no dia a dia, aprendi a escutar as opiniões dos outros e que eu não era o dono da verdade que eu achava que era, tenho verdadeiros amigos que além de jogar comigo também compartilham conquistas e tristezas, me ajudou a escolher a profissão de Professor (estou fazendo doutorado para ser professor de nivel superiror) e por último foi no RPG que conheci a minha esposa e hoje tenho a Natália a nossa filha, a coisa que mais amo nesse mundo.

Outro dia contarei como me tornei um narrador também.